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Dor de garganta


As faringites (inflamação da faringe ou garganta) são muito comuns em crianças. Dentre as causas desta inflamação a mais comum são as infecções. Estas podem ser geralmente virais ou bacterianas. As causas mais comuns são os vírus respiratórios. Entretanto, os quadros com sintomas mais intensos são causados geralmente por bactérias. Dentre elas, a bactéria mais prevalente é o Streptococcus do grupo A (ou Streptococcus pyogenes), principalmente em crianças acima de 3 anos no inverno e primavera.

A diferenciação entre os quadros virais e bacterianos nem sempre é fácil. Presença de febre, exsudato (placas na garganta) e linfonodos (ínguas) aumentados sugerem quadros bacterianos. Entretanto, a diferenciação só é possível com a realização de testes. Isso é mais importante naquelas crianças com quadros de repetição, onde o uso de antibióticos se torna muito frequente. 

O teste mais indicado é o teste rápido onde um swab (cotonete com haste longa) é esfregado na amígdala e, em poucos minutos, o resultado fica pronto. Nos casos positivos é indicado o imediato início de antibiótico.

E a retirada das amígdalas ainda tem seu papel?  Quando o paciente apresenta amigdalites repetidas e não apresenta outros fatores associados,  aí sim deve-se pensar em cirurgia.  A amigdalectomia é indicada para crianças com amigdalites de repetição com mais de 7 episódios em 1 ano ou mais de 5 episódios por ano por mais de 2 anos ou 3 episódios anuais por 3 anos consecutivos.

A avaliação de um médico na presença da dor de garganta é obrigatória, pois ele definirá um diagnóstico preciso e a terapêutica correta, evitando o uso inadequado de antibióticos, por exemplo. E investigando possíveis fatores associados que podem desencadear estes problemas.






Obstrução nasal


A obstrução nasal pode acometer adultos e crianças, podendo ser aguda ou crônica e contínua ou intermitente. Uma avaliação com especialista é necessário para o diagnóstico adequado.

A causa mais comum é a inflamação da mucosa nasal, causada por infecções virais (resfriado, gripe) ou bacterianas (sinusite), sendo um quadro agudo e com resolução.

Quanto às causas crônicas, rinites (alérgicas ou não-alérgicas) são as causas mais comuns. As rinites produzem uma hipertrofia dos cornetos nasais, causando obstrução nasal. Além disso, coriza, espirros e prurido são sintomas associados. Existem tratamentos adequados para essas patologias.

Alterações estruturais também são bastante comuns, principalmente o desvio de septo no adulto e a hipertrofia das adenoides nas crianças. Após uma avaliação é definida a necessidade de cirurgia nesses casos.




Uso de descongestionantes nasais

Muitos pacientes fazem uso de medicamentos descongestionantes nasais na tentativa de aliviar o sintoma obstrutivo, provocando uma dependência crônica do medicamento. Após uma avaliação adequada, o fator causador da obstrução é definido e um tratamento adequado é iniciado.

Cirurgias

Desvio de septo e hipertrofia de adenoides geralmente necessitam de cirurgia para correção. A cirurgia, na maioria das vezes, é realizada ambulatorialmente (sem necessidade de internação).




Medidas ambientais para a alergia



Várias medidas podem ser tomadas para o tratamento ou alívio dos sintomas das alergias respiratórias. 
Veja algumas:






Rinite e sinusite - qual a diferença?


Rinite é uma inflamação da mucosa do nariz. O resfriado, por exemplo, produz uma rinite do tipo infecciosa e causada por vírus. Mas, normalmente quando se refere ao termo rinite, refere-se a sintomas mais duradouros, geralmente relacionados a um processo alérgico. Os sintomas mais frequentes da rinite alérgica são obstrução, coriza, espirros e coceira.


Já a sinusite é uma inflamação da mucosa que reveste os seios da face (ou seios paranasais).Os seios da face são espécies de câmaras de ar que ficam ao redor do nariz, forradas internamente por uma mucosa muito parecida com a do próprio nariz. Essa mucosa que reveste internamente os seios da face produz muco, exatamente como a mucosa do nariz. Esse muco drena para dentro do nariz por pequenos orifícios que comunicam os seios da face com as fossas nasais. 

Se por acaso esses orifícios ficam obstruídos (seja por secreção, pelo inchaço da própria mucosa ou por outra causa), o seio da face pode tornar-se uma cavidade sem comunicação com o nariz, totalmente selada, também sem aeração. Assim como acontece com as paredes de um quarto quando o deixamos totalmente trancado (sem ventilação) por muito tempo, a mucosa que reveste os seios da face vai ficando doente, inflamada. O muco que ela produz também não tem para onde ir e acaba acumulando no seio da face e facilitando a proliferação de bactérias. Está formada a sinusite. 

A sinusite pode ser dividida em aguda e crônica. A aguda é aquela que se manifesta em crises, causando forte dor facial, abundante secreção purulenta no nariz, tosse e febre. Já na sinusite crônica, mais rara, os sintomas são mais discretos, mas mais frequentes. Ela pode se manifestar como uma tosse persistente ou uma secreção que drena do nariz para a garganta. Mas o que mais se associa à sinusite crônica é a dor de cabeça, em especial aquela entre os olhos. Aliás, quando a maior parte das pessoas afirma ter sinusite está se referindo justamente a esse sintoma: a dor de cabeça na testa ou entre os olhos. 


Aqui vale um aviso: nem sempre a cefaleia frontal (a tal dor de cabeça na testa) é sinusite. Aliás, se ela não vem acompanhada de demais sintomas nasais, provavelmente não está relacionada à doença. Nesses casos duvidosos, a tomografia de seios da face (e não a radiografia simples) é um exame de imagem muito importante para tirar a dúvida. 

Mas é claro que a confusão entre rinite e sinusite não é apenas falta de informação. Existe realmente uma área de interseção entre elas. Ambas, por exemplo, causam obstrução e secreção nasal. A rinite, muitas vezes, desencadeia uma sinusite. Portanto a associação em muitos casos é real. 


Por último, é preciso esclarecer algo: a rinite realmente não tem "cura" na maior parte dos casos, mas sim controle, embora possa amenizar com o tempo. Já a sinusite, ao contrário, tem cura na maior parte dos casos. Mesmo a crônica, embora não raro seja necessário algum tipo de intervenção cirúrgica para isso. 





Otite externa - doença comum no verão

O termo otite significa inflamação do ouvido. Existem basicamente dois tipos de otites: otite média ou otite externa. A otite média é uma doença mais grave, que acomete a região mais interna do ouvido - a orelha média. Geralmente é causada por bactérias (Otite Média Aguda), acontece mais em crianças e o tratamento consiste em antibióticos orais.

Já a otite externa, comum nos meses de verão, é comum em qualquer idade. Produz uma infecção no conduto auditivo (parte mais externa do ouvido), geralmente bacteriana ou fúngica. Está muito relacionada com banho em piscina ou mar e uso de materiais para a limpeza do conduto (cotonetes, grampos...). O tratamento geralmente consiste em limpeza e aplicação de antibiótico tópico em forma de gotas.

A otite externa pode ser prevenida evitando-se o uso de materiais para a limpeza do conduto. A limpeza somente deve ser feita com uma toalha e na parte mais externa da orelha, sem introduzir no conduto. Não abusar de mar ou piscina (se necessário, por recomendação do médico, podem ser usados materiais para evitar o contato da água ou medicamentos para "secar" a água após o banho.






Refluxo faringo-laríngeo, o que é?

Refluxo gastroesofágico pode afetar também a laringe e a faringe
Se você tem com freqüência pigarro, tosse crônica, rouquidão e dor de garganta, atenção! O culpado por isso pode ser o refluxo, um retorno do conteúdo ácido do estômago para o esôfago, que pode também atingir a laringe e a faringe. Todos nós apresentamos, normalmente, vários episódios de refluxo ao longo do dia, principalmente após as refeições. Porém, quando o refluxo se torna excessivo, causando sintomas ou lesões, denomina-se doença do refluxo gastro-esofágico (DRGE).
O quadro clássico costuma se manifestar com dores no estômago, má digestão e queimação na altura do esôfago. O sintoma mais comum é a azia (pirose), que ocorre por causa da acidez elevada do suco gástrico refluído. O ácido atinge regiões não preparadas para esse contato, provocando inflamação crônica.
Estudos realizados nos últimos dez anos mostram a incidência da forma atípica de manifestação da doença, chamada de refluxo laringofaríngeo, problema que está chamando a atenção dos especialistas. Quando ultrapassa o esôfago e sobe até a garganta, pode ferir as cordas vocais e a faringe, afetando assim a saúde vocal e prejudicando principalmente os profissionais da voz, como professores, cantores, locutores. O refluxo também traz outras conseqüências, tais como a halitose (mau hálito), rinites e sinusites crônicas, e problemas dentários (cáries, gengivites e aftas).
Por causa da ausência dos sintomas clássicos, demorou-se muito tempo para que os médicos conseguissem identificar quem eram esses doentes e quais manifestações apresentavam. Para o refluxo faringo-laríngeo, as manifestações mais comuns são tosse seca, pigarro e rouquidão, principalmente pela manhã, ou após as refeições.
Hoje já existe tratamento para o refluxo, que é feito com medicamentos e dieta. A alimentação deve ser fracionada (menores quantidades em intervalos menores entre cada refeição) e balanceada, evitando-se alimentos ácidos, frituras, gorduras, refrigerantes e molho de tomate. Perda de peso é recomendada. 
Se não for tratado, o refluxo na laringe e faringe, associado principalmente à bebida, drogas ou cigarro podem causar irritações graves na garganta, levando ao aparecimento de feridas nas cordas vocais e podendo até transformar-se em um câncer.

Fonte: Associação Brasileira de Otorrinolaringologia